sábado, 18 de fevereiro de 2012

Desemprego



Dados do desemprego em Portugal

*Desapareceram 460 mil empregos em Portugal desde o início da crise.
*Estima-se que por dia 900 portugueses fiquem desempregados.
*Taxa de desemprego ascende ao máximo histórico 14% ou seja, mais que triplicou em dez anos e já atinge um milhão de pessoas.É a maior subida de sempre.
*Desemprego jovem (entre os 15 e 24 anos) dispara para 35,4%: mais de um em cada três jovens está sem emprego.Ao todo são mais de 156 mil os jovens que não conseguem entrar no mercado de trabalho e não têm hipóteses de iniciar a sua vida profissional.
*Algarve tem a taxa de desemprego mais alta do país (17,5%).
*Madeira foi a única região onde o desemprego não subiu: a taxa de desemprego desceu de 14,3% para 13,5%.
*No final do último trimestre de 2011, 405,5 mil estavam desempregados há mais de um ano e, entre estes, havia 249 mil que procuravam trabalho há mais de dois anos sem qualquer sucesso. Na prática isto significa que um em cada três desempregados estava sem trabalho há mais de 25 meses.
* À medida que vão permanecendo no desemprego, as pessoas acabam por perder o direito ao subsídio de desemprego e esgotam o prazo do subsídio social de desemprego. O INE revela que no final do ano passado, 59% dos 586 mil desempregados que diziam estar inscritos nos centros de emprego não recebiam. Ao todo eram 347 mil pessoas sem protecção social, valor que compara com os 292,7 mil do trimestre anterior.
*taxa de desemprego em 2000/2001 era de 3,9% e 4% e depois da entrada no Euro foi sempre subindo em 2004 a taxa de desemprego foi de 6,7% e em 2007 de 8%, em 2011 chegámos aos 12,7% e agora atingímos o máximo histórico de 14%.
*há 108 mil licenciados à procura de emprego.

"Portugal inicia o ano de 2012 com uma crise da dívida sem precedentes, no meio de uma grave recessão económica, a braços com uma destruição de emprego inédita e com mais de um milhão de desempregados...o Instituto Nacional de Estatística (INE) veio revelar que os efeitos da crise e do pacote de austeridade no mercado de trabalho estão a ser devastadores. No último trimestre de 2011, a taxa de desemprego chegou aos 14%, a mais elevada de que há registo, afectando 771 mil pessoas. A média anual ficou nos 12,7%. Mas a realidade é bem mais dramática. Se aos dados oficiais juntarmos as 203 mil pessoas que pretendiam trabalhar, mas não procuram emprego e 83 mil que desistiram de procurar, porque entendem que não têm lugar no mercado de trabalho ou não há empregos disponíveis (inactivos desencorajados), então o número de desempregados chega aos 1,057 milhões e a taxa dispara para os 18,2% [...]a situação das empresas portuguesas, muitas delas sufocadas por problemas de tesouraria e dificuldades de aceder ao crédito bancário, não permite olhar para o futuro com optimismo. Basta ver o que se passou desde o início da crise. Do terceiro trimestre de 2008 até ao final de 2011, a economia perdeu mais de 460 mil postos de trabalho, 130 mil dos quais desapareceram no último ano.
[..]A indústria e a construção foram os sectores mais fustigados, tendo perdido, no espaço de um ano, mais de 62 mil postos de trabalho. O sector dos serviços também está em perda, sobretudo o comércio, a hotelaria e a restauração - com consequência nas nas regiões nas regiões ligadas ao turismo, como o Algarve que tem uma taxa de desemprego de 17,5%.
[..]O desemprego de longa duração bateu recordes  e no final de 2011 afectava 405,5 mil pessoas, que estavam desempregadas há mais de um ano. Entre estes 249 mil, 32% do desemprego total apurado pelo INE, procuravam trabalho há mais de dois anos. [..] O Governo considerou os números "preocupantes", mas diz que está no bom caminho para a "prazo" travar o desemprego [..]. "


in Jornal Público de 17 de Fevereiro de 2012

Concluindo:
-A população desempregada oficial é de 771 000 pessoas, e os inactivos disponíveis de 203 100 pessoas. A população real é de 1 057 000 pessoas, mais de um milhão de pessoas!!!

Este número é chocante mas mais chocante para mim são os 60% de desempregados que já não têm subsídio de desemprego!!! Como vivem essas pessoas? Não conheço ninguém em tal situação mas são bastantes pessoas (347 mil!).
E arranjar emprego em Portugal? ordenados mínimos anedóticos esses sim que não fazem face ás despesas: 485 euros (já o Presidente queixa-se que 12 mil euros por mês não lhe dão para as despesas); quer lançar o seu próprio negócio? prepare-se para a burocracia sufocante e para ter de preencher impressos complicados de deduções fiscais e pagar mais impostos (comparativamente maiores) que os bancos ou grandes multinacionais ou cadeias de distribuição, muitas das quais (como o pingo doce e o continente) que decidiram "fugir" aos impostos em Portugal e vão pagá -los na Holanda (beneficiando os contribuintes holandeses mas indo buscar o lucro aos portugueses que coitados não podem decidir onde dá mais jeito pagar impostos). Crédito bancário para lançar negócio? nulo! (apesar de o Banco Central Europeu, na Alemanha, estar a rebentar pelas costuras de dinheiro), para além do elevado risco de ter uma empresa agora nesta conjuntura económica recessiva: mais despedimentos e cortes salariais e aumento de impostos = menos consumo = menos lucros de empresas ou possível falência...
Licenciados sem emprego que queiram fazer um curso profissional? não podem! "têm habilitações a mais", fiquem no desemprego!
Contratos de trabalho? o que é isso? com as nova lei laboral até se pode despedir sem justa causa!
Isto tudo numa altura em que o Presidente de Portugal se queixa de "só" ganhar quase 13 000 euros por mês, o primeiro ministro (que começou a trabalhar só aos 40 anos) querer ir além das medidas da troika e menosprezar os sacrifícios feitos pelos portugueses apelando a que "sejam menos piegas!". Para além de aconselharem os portugueses a emigrar, não dando grande luz ao fim do túnel para resolução deste problema...pois que emigre quem possa, tenho uma ideia: vamos todos para a Alemanha, ouvi dizer que paradoxalmente estão a passar ao lado de toda esta crise... [figura de estilo: ironia].

Agora: o porquê do desemprego? Vou tentar dar as minhas conclusões (que valem o que valem...)

1º) a doença: a dívida:
Gastámos mais do que tínhamos e esse é um facto. Mas em quê? obras desnecessárias como três auto-estradas para o Porto, e ainda o tresloucado do Sócrates queria mais um TGV e aeroporto...tudo claro está pago com o dinheiro dos outros europeus pois nós não o tínhamos...mas segundo o Sócrates e a sua filosofia, as dúvidas também não se pagam "isso é uma ideia de criança...as dívidas são eternas"; por isso para ele fazia todo o sentido realizar em Portugal obras desnecessárias com dinheiro dos finlandeses, alemães, dinamarqueses e demais contribuintes alemães...pagar? tá quieto ou mau! Por isso para esse louco seria benéfico endividar-mo-nos com o dinheiro dos outros e seria normalíssimo não pagar ou "ir pagando" já que as dívidas são eternas...então as poupanças dos outros europeus foram bem usadas, não foram?
Mais: défice de balança comercial (importamos mais que exportamos, éramos pagos pelos compadres europeus para não produzir e não produzíamos para além de os produtores portugueses serem totalmente desapoiados em proveito dos outros europeus...para além de que não é comprando tudo à China que vamos produzir alguma coisa para o nosso PIB, do género as fábricas fecham aqui para abrir lá, consequentemente os nossos trabalhadores ficam sem emprego e se vai tudo para a China só pudemos comprar tudo á China...o que está acontecer de facto na Europa e EUA é uma fuga de capital para a China essencialmente através das exportações de produtos que anteriormente eram produzidos na Europa e EUA, o que é assustador), e claro está: corrupção a gestão danosa, desde a compra de submarinos inúteis aos alemães que nos custaram 1 bilhão de euros, à nacionalização de bancos que faliram ao cargo de excelentes políticos e gestores que fizeram o dinheiro dos clientes desaparecer...dinheiro esse que está a ser reposto pelos cidadãos agora, enquanto que os culpados lá se vão safando...alguns até ganham votos..até ao canal público de TV RTP ( por exemplo pagam a uma apresentadora 1000 euros por dia...30 mil por mês), à legalidade desprovida de ética de haver reformas douradas para políticos e dirigentes públicos que nos custam ao erário público milhares de euros...mais alguma coisa?

2º)A cura aceite: resgate financeiro que consta de emagrecer o Estado (cortar na função pública com despedimentos, cortes salariais e vender empresas públicas ou acções de empresas público-privadas que estejam a dar lucro (ou até que sejam lucrativas e estratégicas e nunca em momento algum devessem ser alienadas: REN e Águas). [A alternativa seria não pagar, e claro que os outros europeus que nos deram o dinheiro que não tínhamos para os nossos desvarios iam ficar a arder...].

3º)NÓS! Sim acho incrível, andarem anos e anos a elegerem sempre a mesma escumalha (será que votam mesmo naquilo?). E se me vierem dizer que "são todos a mesma coisa: prometem e depois não cumprem ou fazem ao contrário", dou-vos razão. Mas qual é a alternativa então? aceitar!? Não! Revolta! E o que se tem vindo a suceder após o fascismo é uma aceitação cega, comparável até mesmo à submissão da era fascista, com a diferença que agora temos liberdade de expressão...que não nos chega para mudar nada! Fazer o quê? Revoltar, digo outra vez!
Uma democracia serve para defender os direitos e interesses do povo que elege o governo: se o governo ilude o eleitorado com um discurso e faz o contrário quando chega ao poder, está a ir contra o eleitorado que o elegeu: isto é mentir descaradamente e a mentira e o acto de enganar o povo não têm lugar numa democracia. Assim, infelizmente, conclui que de facto não vivemos numa democracia!